quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Passeio do Mindu
Júlio Antonio Lopes
Manaus está localizada no coração da floresta Amazônica, às margens do rio Negro e nas proximidades do rio Amazonas, o qual, por sua vez, concentra uma das maiores reservas de água doce do mundo, sendo vizinha, também, de fantástica e inumerável diversidade de fauna e flora.
Aqui, portanto, deveria ser a capital do meio ambiente. Qual nada. É histórico: ao longo dos anos a cidade sofreu intervenções desastrosas em sua face. Basta dizer que grande número de seus bairros, provavelmente a maioria, foram objetos de invasão, logo, implementados sem estrutura nenhuma e com total desrespeito às regras mínimas de uma existência humana decente. Seus igarapés e balneários, outrora límpidos, viraram lama ou lixão a céu aberto.
Aos poucos, porém, as coisas vêm mudando, graças à iniciativa de cidadãos conscientes. Isto não se dá sem muita luta, é bem verdade. Agora mesmo fui informado de que tramita na Vara Especializada em Meio Ambiente e Questões Agrárias uma Ação Civil Pública, movida pelo Ministério Público do Estado do Amazonas, contra o Município, uma incorporada e uma construtora, a qual tem por objeto obter a tutela e o resguardo do patrimônio urbanístico ambiental do Passeio do Mindu, na área que fica as avenidas Umberto Calderaro Filho e Recife, que estaria sendo tratada com o maior desmazelo.
De fato, quem passa por lá, pode ver o quanto a área foi agredida. Espera-se que a Justiça atue de maneira firme, célere e eficiente, punindo quem tiver de punir, a fim de que fatos do gênero nunca mais se repitam.
* Publicado em 30.01.2011 no jornal A Crítica, de Manaus.

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