terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Ei, você aí, me dá um cartão, aí!

Em pleno carnaval estourou mais um escândalo no governo Lula: o uso abusivo dos chamados cartões corporativos.
Tudo começou com a revelação dos gastos feitos pela ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, que logo depois pediu demissão. A seguir, veio o ministro dos Esportes, Orlando Silva, o qual, dentre outros dispêndios de sua pasta, quitou com o cartão uma prosaica tapioca... Sem falar no ministro da Pesca, Altamir Gregolin, que pagou R$ 516 por um almoço. Há mais, porém. Os jornais informam que os seguranças de Lurian, filha do presidente, também estão mandando brasa nos cartões. E a própria cozinha do Planalto botou pra quebrar, adquirindo carnes finas, vinhos e outros acepipes.
Em 2007 o uso dos cartões corporativos significou uma sangria de R$ 75, 6 milhões nos cofres públicos. Desse montante, R$ 45 milhões foram sacados, imagine como? Em DINHEIRO...
Os cartões corporativos, criados no governo de FHC, tinham como objetivo o pagamento de despesas miúdas e emergencias relacionadas a serviços e produtos que dispensassem licitação, inclusive em casos de viagens, mas, têm sido usados, atualmente, num ritmo frenético e anabolizado. Depois de ter a casa arrombada, aliás, o governo diz que vai tomar medidas destinadas a coibir essa farra. Duvido que surtam efeitos.
Não faz tempo li na revista Veja uma matéria sensacional sobre o uso do dinheiro de plástico (os cartões) em nosso cotidiano. É uma tendência que, por sua comodidade, segurança, portabilidade e acesso ao crédito, não tem volta.
Só que, os cidadãos ou as empresas que os utilizam, pagam altíssimos juros de mercado e precisam ter muito controle para não caírem em inadimplência. Mas não os pródigos servidores, justo porque metem a mão no meu, no seu, no nosso dinheiro. Assim é muito fácil gastar.
Enquanto nós, pobres trabalhadores e contribuintes, penamos para obter um cartão e, principalmente para pagá-lo, aqueles que nos deviam representar e usar os recursos da nação com parcimônia, grudados às tetas da máquina administrativa, promovem uma orgia digna de Baco, o deus do carnaval. Até quando?

2 comentários:

Blog Leitura Franca disse...

Parabéns pelo artigo. Em poucas palavras conseguistes expressar toda a indignação que aflige a todos nós.

Unknown disse...

Caro Júlio,
Não vamos jogar a água suja com crianca e tudo. O Cartão Corporativo é um avanço para a Administração Pública. Quem viveu a prática sabe muito bem disso. Se não fosse pelo Cartão, jamais saberíamos que, por exemplo, o FHC gastou quase R$ 600,00 reais em um só dia para botar gasolina nos seus dois carros mantidos por nós.